Devo preocupar-me com o facto do meu filho ser muito agitado?

O ser agitado pode ser algo da personalidade da criança, mas também da própria fase do desenvolvimento, que pode ser mais agitada.
Isto é normal e seria estranho se a criança estivesse parada e quieta.
No entanto, existem causas que provocam maior agitação, muitas vezes relacionadas com questões pedagógicas ou com o tratamento afetivo e educacional da criança.
Por exemplo, certifique-se que existe calma e união no ambiente familiar (pai e mãe devem estar de acordo: se um condena e o outro permite, não é bom pois confunde a criança e promove maior “agitação”).
Coloque limites razoáveis ao comportamento do seu filho, pois as regras servem de contenção e diminuem a agitação. Por exemplo, se a criança está sempre a chamar a atenção sobre si, falando alto e interrompendo os adultos para se fazer atendida, necessita de alguma contenção.
Evidentemente esta contenção ou imposição de regras tem de ser adaptada à idade e personalidade da criança. Se a contenção for exagerada, pode tornar-se tão contraproducente como a sua ausência.
Na imposição de regras tem-se que por vezes advertir a criança, mas aqui deve-se evitar os castigos físicos e as humilhações, injustiças e comparações que firam profundamente a criança e originem reações “agitadas”.
Também a carência de relações afetivas, situação em que os pais não corrigem os filhos mas também não revelam interesse pelos seus problemas, constrói um vazio na criança que ela tende a preencher através de permanentes chamadas de atenção, numa permanente turbulência não só em casa, como também, frequentemente, na escola.
Outra situação que poderá causar agitação é a sobreposição de estímulos e tarefas para a criança, muitas vezes numa tentativa bem-intencionada dos pais em promover o melhor desenvolvimento possível dos filhos. É muito importante estimular os nossos filhos, mas devemos respeitar as suas naturais limitações, não os obrigando a uma corrida angustiante em direção ao perfecionismo. Aqui devemos, nós, pais, fazer a nossa própria contenção e aceitarmos as limitações dos nossos filhos assim como aceitamos as nossas...
Finalmente, será bom incluir atividades desportivas para extravasar a energia acumulada.
Para os muito irrequietos, desportos individuais como o atletismo ou a natação podem ser uma boa escolha (mas enquanto a natação pode ser iniciada logo em bebé, o atletismo recomenda-se em geral só após os 7 anos de idade).
Entre as várias opções desportivas disponíveis, o mais importante será escolher a que a criança mais gosta e que poderá realizar-se mais perto de casa, para lhe permitir ter ainda tempo para estudar ou brincar. O mais importante é a diversão, nunca a competição, sobretudo quando são pequenos.
Nos tempos livres poderão também ser recomendadas tarefas tranquilizadoras como colecção de selos, jogos de paciência, palavras cruzadas, músicas harmoniosas e calmas, etc.
Tenha atenção às horas de sono do seu filho: devem seguir horários regulares, inclusive aos fins-de-semana. Pais e mães também devem dar o exemplo, favorecendo um ambiente descontraído no final da tarde. A televisão deve ter o som relativamente baixo, pois caso contrário obriga a que todos falem mais alto e no fim, acaba por elevar todo o nível de agitação da casa!
Não esquecer que todas as atividades baseadas em monitores eletrónicos, como ver filmes na televisão ou videojogos, são excitantes e por isso devem ser evitadas até uma hora antes do dormir. Os próprios conteúdos dos filmes de aventuras podem ser demasiado agitados para a criança ver antes de adormecer.
Se tiver que ser, redobre nas doses de amor e paciência!
Deixamos aqui alguns links onde poderá ler mais sobre a temática:
http://www.janela-aberta-familia.org/pt/content/desporto-para-criancas
http://www.janela-aberta-familia.org/pt/content/o-seu-filho-quer-sua-atencao