O que é a febre do meu bebé e como tratar?
O bebé nos primeiros meses ainda tem algumas defesas transmitidas pela mãe durante a gravidez (sobretudo se esta também amamentar e se tiver as vacinas em dia) mas a partir dos 6 meses, o bebé já perdeu estas defesas e está a desenvolver as suas próprias defesas. É natural que, por isso, tenha pequenas doenças, com alguma frequência, que se manifestam frequentemente com febre.
A febre, por si só, não é uma doença. Trata-se de uma manifestação do organismo, decorrente do combate às infeções e, por esse motivo, benéfica.
Se a criança com febre estiver confortável, basta que adote medidas gerais: manter a temperatura do ambiente entre 20 e 22ºC, adequar o vestuário e a roupa da cama de forma a manter o conforto e não causar sobreaquecimento e oferecer água frequentemente. Não é recomendado o arrefecimento com banho, compressas húmidas ou ventoinhas.
Se a criança com febre estiver desconfortável (habitualmente, ocorre se temperatura axilar ou timpânica > 38.5ºC ou retal > 39.0ºC) deve administrar o antipirético. Recomenda-se, em geral, como primeira escolha, o paracetamol, devendo respeitar a posologia prescrita pelo médico.
O tratamento da febre (antipiréticos) não encurta a duração da febre nem contribui para a resolução da doença. Se a temperatura não voltar ao normal após a administração dos antipiréticos, só por si, não é sinal de gravidade desde que baixe de 1º a 1.5ºC e a criança fique confortável.
Independentemente do dia de febre, deve recorrer aos serviços de saúde na presença de sinais de alerta, se a criança tiver menos de 3 meses de idade ou se a febre tiver duração superior a 5 dias completos ou reaparecer após 2 a 3 dias de apirexia. São sinais de alerta:
- Sonolência excessiva ou incapacidade em adormecer
- Face/olhar de sofrimento
- Irritabilidade e/ou gemido constante
- Choro débil ou choro inconsolável para além de 2 a 3 horas
- Recusa em estar ao colo, preferindo estar deitado na cama
- Dor mantida e perturbadora
- Convulsão
- Aparecimento de manchas na pele sobretudo nos primeiros 2 dias
- Respiração rápida com cansaço
- Vómitos repetidos entre as refeições
- Recusa total de alimentação, incluindo os líquidos, em mais de 2 refeições consecutivas
- Sede intensa insaciável
- Cor diferente na pele e/ou nas mucosas (palidez ou arroxeado)
- Lábios ou unhas roxas e/ou tremores intensos e prolongados na subida da temperatura
- Dificuldade na mobilização e flexão do pescoço, com rigidez
- Dificuldade em mobilizar um membro ou alteração na marcha
- Desconforto na micção, urina com mau cheiro e/ou turva
São sinais tranquilizadores: se a criança brinca e tem atividade normal, come menos mas não recusa os alimentos líquidos, tem sorriso aberto ou fácil, acalma ao colo e fica com um comportamento quase habitual.
Editores do Portal Criança & Família