Tempo para a mãe que também é mulher!

senhora deitada abraça almofada

Envolver o pai nas tarefas, preservar alguma organização na gestão do dia-a-dia, resguardar tempo para o casal e para momentos descontraídos em família deverão ser alguns dos aspetos a ter em conta na gestão do “stress” quotidiano.

Os pais têm as suas próprias formas de agir. Cada um terá a sua maneira de atuar em determinada situação, seja a dar banho ou a vestir a criança, não sendo uma forma necessariamente melhor que a outra. Pelo contrário, todas elas serão enriquecedoramente complementares e úteis à formação da individualidade da criança.

Será importante a mãe confiar e delegar algumas tarefas no pai de modo a permitir, não só, que se estabeleçam laços afetivos entre pai-filho como a ganhar algum tempo para si própria.

Se tiver oportunidade de contar com a família alargada, faça por envolver todos os membros, para que, em conjunto, possam definir e distribuir tarefas, ajudando-se mutuamente. Sentir-se apoiada é fundamental sobretudo em momentos de maior “stress”, como no regresso às aulas das crianças.

A mãe não tem nem deve ser perfeita pois ao fazer um esforço acrescido para estar envolvida em tudo e a tempo inteiro, acaba por se colocar em último plano. A mãe assume maior destaque pois ainda que saibamos que o pai tem actualmente uma figura bem mais presente e de maior destaque do que outrora, acaba por ser na mãe, de um modo geral, que fica a maior percentagem de todas as questões que envolvem o desenvolvimento dos filhos. Todos temos várias vidas. Não somos unidimensionais, a mãe não é apenas mãe nem o pai apenas pai, assim como o filho não é apenas filho.

Faça por não ceder à tentação de preparar a mochila para a escola do seu filho se estes já estão no 3º ciclo,  como fazia quando estes ainda eram pequenos ou de lhes arrumar o quarto. Não fiscalize o telemóvel constantemente nem queira saber tudo que se passa com eles se já são adolescentes. Foque-se em aspetos como o diálogo e a confiança mas não procure ser o melhor amigo do seu filho, os seus pares desempenharão esse papel. Não deve dar azo à confusão de papéis. Para além de estar a sobrecarregar-se, é necessário compreender que a ligação profunda e isenta de tensões com os filhos, respeitando a sua individualidade, é a base segura para que estes ganhem confiança em si próprios.

Tendemos a minimizar a importância do relacionamento do casal a favor das crianças, sendo socialmente aceite, existindo por vezes um sentimento de culpabilização se for ao contrário. Proteger o casamento dos filhos, arranjando tempo para o casal e alguém que fique com eles, fugindo sem culpa de vez em quando, será tão necessário como saudável.

Para ganhar autonomia e ter uma vida própria, a criança precisa de bons exemplos. Ter uma mãe tranquila e os pais felizes contribui para uma família acolhedora que ajuda a tratar os filhos com maior serenidade.

Fonte

Helena Coelho - Psicóloga Clínica, 2012