Vem aí um irmão

Uma criança nunca deve ser considerada isoladamente mas como pertencendo a uma família onde ocupa uma posição face aos pais e, caso tenha irmãos, um determinado lugar na fratria.

O aspecto mais relevante aquando do nascimento de irmãos é a perda da relação privilegiada com a mãe que, apesar dos esforços para repartir atenção e cuidados por todos os filhos, é obrigada a dedicar mais tempo ao novo bebé.

As crianças mesmo previamente preparadas pelos pais para a chegada de um novo elemento, e aparentando aceitação, nem sempre fazem o melhor acolhimento, estando simultaneamente presentes sentimentos de ciúme e rivalidade para com o bebé.

Estes podem coexistir com um grau progressivo de afeição pelo irmão(a) e algumas demonstrações iniciais de hostilidade (por ex: “é preciso deitar o bebé fora”; “mãe, porque vais dar de comer ao mano?”; “deixa-o chorar que ele já se cala!”) não devem ser valorizadas pois não correspondem à verdadeira intenção da criança mas somente a uma descarga emocional.

- Os pais devem sempre discutir com os filhos as vantagens e os inconvenientes da presença do bebé, fazendo sobressair, realçando as vantagens mas sem esconder os inconvenientes.

- A atribuição de pequenas responsabilidades/tarefas relativamente aos bebés (na higiene, na alimentação, a olhar pelo irmão) ajuda a criança a integrar a sua presença ao mesmo tempo que valoriza o seu papel de irmão mais velho, contribuindo para a redução de sentimentos de rivalidade.

- Os filhos têm naturezas e necessidades muito diferentes e devemos adoptar o padrão educacional a cada um, atendendo às suas discrepâncias e às idades, respeitando o que é adequado em cada patamar do seu desenvolvimento. Quanto menor é o intervalo entre duas crianças, mais necessário é agir com ela de maneira muito diferente, permitindo o despertar da sua própria personalidade.

- Devem evitar-se comparações entre os irmãos. Cada filho tem o seu processo normal de crescimento e, assim, também os pais devem “crescer” com eles.

Fonte

Helena Coelho, 2009

Maria Jose Fernandes, 2009