A maternidade gera, nas mulheres e nos casais, alterações psicológicas, sociais, culturais e familiares. Ainda antes da chegada de um filho, a mãe e o seu companheiro ou família, iniciam um período de adaptação mental para as mudanças que vão ocorrer e que ainda estão por chegar.
 
Há que ter em conta, especialmente, as grandes diferenças que existem no modo de vivenciar a gestação e as mudanças que esta traz consigo, em mulheres de idades diferentes, de diferentes origens étnicas ou culturais, de diferentes contextos económicos ou nas que apresentem algum tipo de incapacidade.
 

De entre todas as situações que podem favorecer a adaptação a estas mudanças, destacamos:
•             O planeamento prévio da gravidez.
•             A aceitação ou não da gravidez.
•             A idade da mãe.
•             A situação socioeconómica.
•             A existência de outras gestações anteriores.
•             As experiências anteriores.
•             O ambiente familiar.
•             A relação com o companheiro.

Durante a gravidez, há um respeito mútuo entre a mãe e o bebé. As primeiras experiências que o bebé tem com o mundo exterior são produzidas através do corpo da sua mãe. O bebé percebe tanto os estímulos externos que a sua mãe recebe como os seus sentimentos e emoções.

É aconselhável que as mulheres grávidas evitem fortes emoções negativas, especialmente em períodos mais sensíveis da gravidez, como o primeiro trimestre da gravidez, quando o risco de aborto é maior e, no terceiro, quando aumenta a probabilidade de nascimento prematuro. No entanto, embora o desenvolvimento do bebé seja favorecido por um estado emocional tranquilo e positivo, não desanime se a qualquer momento tem emoções negativas, afinal somos humanas e todos os estados emocionais fazem parte da vida.

Preservar a saúde física e emocional da mãe é essencial para o melhor desenvolvimento do bebé e até mesmo para sua saúde futura. 

Assim, recomendamos:

• Manter um bom estado físico e um estilo de vida saudável.
• Procurar que a gravidez decorra num ambiente seguro e tranquilo.
• Evitar, sempre que possível, as emoções fortes e intensas durante períodos prolongados, tentando manter uma gravidez calma e tranquila.
• Expressar as emoções, tanto positivas quanto negativas. Não esconder os seus sentimentos ou interiorizar a raiva ou a ansiedade que possa sentir.
• Participar e ouvir os sinais que o seu bebé envia, expressar o seu amor e falar-lhe sobre os seus sentimentos, transmitindo-lhe paz e segurança.
• Peça a ajuda do seu parceiro, família e amigos em todas as suas necessidades.
• Preste atenção especial aos níveis de stress que ocorrem nas diferentes fases da gravidez.
• Identificar as causas do estresse, tanto no trabalho como na sua vida pessoal, e resolvê-los de forma eficaz.
• Aprenda a manter a calma nos momentos difíceis e de tensão.
• Realizar exercícios de respiração e relaxamento quando se sentir stressada.

 
Mudanças no primeiro trimestre
Neste momento é oportuno destacar o período de incerteza que acompanha a gestação: surpresa e perplexidade, ansiedade, preocupação, ilusão, euforia e alegria. A mulher pode passar por momentos de tristeza e medo perante a possibilidade de perder o bebé. Também pode surgir um sentimento de rejeição, pelas alterações significativas que a gravidez provoca na sua vida. As alterações de humor podem ocorrer muito rapidamente, o que surpreende a própria mulher.
 As demonstrações de afeto e carinho por parte do companheiro ou dos parentes, irão ajudar a mulher na adaptação que tem de fazer às mudanças no seu corpo e no ambiente.
 
Mudanças no segundo trimestre
No segundo trimestre a mulher percebe que as mudanças são próprias da sua gravidez em desenvolvimento e os primeiros movimentos do bebé são bem exemplificativos disso, o que ajuda a afastar preocupações e medos.
 
Mudanças no terceiro trimestre
O terceiro trimestre geralmente começa com uma sensação de tranquilidade que pouco a pouco poderá dar lugar a alguma impaciência, ansiedade ou medo do parto. São preocupações comuns das mães saber se o seu filho nasce com saúde e se elas terão ou não capacidade de cuidar e atender às necessidades do bebé nos primeiros dias após o parto.