Durante a gravidez, vai-se iniciando uma relação em que se constrói o vínculo afetivo entre o bebé e a mãe. A partir dos 5 ou 6 meses de gestação, o feto pode perceber sons ou mudanças de luz que ocorrem fora do útero, vindo do exterior, assim como o estado emocional da mãe e as pressões táteis através da barriga.
 
Esta é a forma como o bebé começa a acostumar-se com o tom de voz e as carícias das pessoas do seu ambiente mais próximo. Desde que a mulher toma consciência da sua gravidez, e especialmente a partir do momento em que começa a sentir os movimentos fetais, à volta do quarto ou quinto mês, vai desenvolvendo a imagem do seu bebé como um ser com identidade própria.
 
Muitas mulheres grávidas começam a comunicar com o seu bebé durante a gravidez, especialmente a partir do segundo trimestre da gravidez, fase em que o desenvolvimento sensorial e motor do feto permitem estabelecer alguma interação, sentindo os seus movimentos, conversando e acariciando a sua barriga.
 
Essa interação permitirá à mãe ir adquirindo e aumentando uma sensibilidade especial para com o seu filho. É importante que os pais se relacionem com o seu bebé desde o período pré-natal, mostrando uma escuta ativa, que lhes permita perceber os sinais transmitidos através dos movimentos fetais e mostra-lhes o seu afeto por meio de conversas e carícias.
 
No entanto, é também normal e frequente que os sentimentos de vinculação profunda comecem só a construir-se depois do nascimento. Para promover esta ligação recomenda-se:
• Falar, sussurrar e até mesmo cantar para o bebé para se acostumar à sua voz, e para promover um estado de relaxamento e tranquilidade no feto.
• Tocar a barriga para sentir o movimento fetal, e dar  massagens e carícias suaves para interagir com o bebé.
• Ouvir o seu coração através das ecografias na consulta para sentir-se mais próxima do bebé.
 
A interação precoce entre o pai e o bebé também promove a sensibilidade paterna para interpretar os seus sinais e a responder de forma apropriada às suas necessidades, favorecendo o vínculo entre ambos. Também é conveniente promover a vinculação pré-natal com outros membros da família, especialmente com os irmãos, se os houver.
Uma boa forma de trabalhar esta vinculação pré-natal entre pai e filho é assistir às sessões de preparação para o parto para ir interiorizando o seu papel de pai.