Dê-lhe "regras"

dois adultos beijam bebe


Regras agora!

A necessidade da colocação de regras por parte dos adultos torna-se imperativa desde os primórdios do desenvolvimento da criança. É comum os pais referirem alguma frustração se os filhos não lhes dão “ouvidos” mas será que lhes foi transmitido em proporção do que lhes é exigido? Mais tarde, será infrutífero vir a impor quando não lhe proporcionou o que lhe era devido em tempo útil: regras. Lembre-se que o exemplo que lhe der será sempre a via mais direta e facilitadora para o seu entendimento. As crianças precisam de regras e quanto mais simples e claras forem mais eficazes serão. Com crianças ainda pequenas (até à idade escolar) não verbalize grandes raciocínios, nem sequer despenda muito tempo com justificações recorrendo a um discurso exaustivo, pois a criança não terá maturidade para o entender e a leitura que poderá fazer é a de que é o “centro do mundo”, manipulando a atenção de todos. Pelas mesmas razões, evite entrar num discurso moralista: “Vês, eu bem te disse que isso não fazia bem!” A criança quer exemplos e discurso direto prático. Os exemplos e a atenção dispensada são importantes e o desenvolvimento de competências de autocontrolo e autorregulação na infância pode fazer toda a diferença.

Uniformidade nos critérios de educação
Normalmente, serão os pais (ou substitutos diretos) a impor regras na vida da criança mas existem outras redes de apoio a assegurar os cuidados, dentro e fora da família nuclear, avós, tios, amas, educadores, havendo, não poucas vezes, intromissão nos critérios educativos implementados por estes e desvalorização dos seus princípios. Ainda que cada educador tenha o seu próprio modo de intervir não deve, em momento algum, descurar as “linhas mestras” que são dadas pelos pais, principais responsáveis pela educação, pelas quais todos se devem reger, e proporcionando uniformidade nos critérios de educação, a fim de evitar confundir a criança.
Para tal, os pais precisam de agir em conformidade entre si relativamente a esses mesmos critérios, independentemente de estarem juntos ou não, e mesmo que hajam duas opiniões, deverá haver uma base comum, que lhes permita chegar a um consenso.
Será natural haver um sentimento de respeito e de gratidão para com uma avó, caso tenha a amabilidade de ficar com o neto, mas a mãe ou o pai não terão de, por isso, submeter-se quando vão contra os seus ideais de educação (ainda que possa haver boa vontade ou “não ter sido por mal”), ficando calados mas contrariados. Devem, sim, defender sempre a sua posição e requerer aquilo que definiram ser melhor para o seu filho.
Não se deve privar a criança de orientações fundamentais em nome da “paz familiar”, de benefícios próprios ou do bem estar, seja de quem for, mas o importante é assegurar e preservar os direitos dos filhos.


Papel do pai
É importante que o pai compreenda o seu papel fundamental de educador enquanto o bebé é ainda muito pequeno, dependente, e muito próximo da mãe. A sua intervenção, a par da importância da acção materna, pode traduzir-se em muitas tarefas que lhe permitirão envolver-se afetivamente com o seu bebé ao mesmo tempo que vai cuidando. Poderá mudar a fralda ao bebé, dar-lhe banho, pô-lo a dormir, pegar-lhe ao colo, conversar e cantar para ele ou ler-lhe histórias.

Para além destes aspetos, o homem e a mulher, podem partilhar os mais diversos trabalhos domésticos: fazer as compras, cozinhar, servir à mesa, lavar a loiça, limpar a casa, entre outros.
O pai e a mãe deverão estar em consonância quanto à educação do bebé, ajudando-se e apoiando-se mutuamente. Deverão, em conjunto, elaborar um plano educativo que vá de encontro às necessidades do bebé e, sem descurar as suas, introduzir as alterações necessárias no quotidiano, de acordo com o seu modelo familiar, sem que nenhum dos membros fique desigualmente sobrecarregado e para o bem-estar de todos.

Fonte

Helena Coelho (Psicóloga Clínica)

Maria José Fernandes (Psicóloga Clínica)