Quando for grande, quero ser…

4 meninos abraçados com cadernos na mão sorrindo

Todas as crianças têm um sonho. Todas querem ter uma profissão quando forem grandes. Todas aspiram encontrar o seu lugar no mundo. Espelham-se, para isso, nos modelos que, mais longe ou mais perto, os inspiram e que por isso querem seguir. Estes sonhos são o início daquilo a que se pode chamar o projecto de vida.
Muitos destes planos são naturalmente substituídos ou adaptados ao longo do tempo, fruto de uma maior maturidade ou da necessidade da basear as escolhas vocacionais em critérios realistas que se materializam, por exemplo, nos resultados escolares, nas competências adquiridas, em interesses por determinadas áreas profissionais ou em condicionalismos ambientais.
Importa, então, assegurar que quando confrontado com necessidade de tomar uma decisão, que se impõe obrigatoriamente aquando do final do 9º ano de escolaridade, o jovem o possa fazer com o maior grau de confiança possível.
Este processo, no entanto, não se deve restringir ao momento das provas de orientação vocacional, mas antes, deve ser planeado, incentivado, construído e desenvolvido pelo jovem, com forte apoio e envolvimento da família, da escola e da comunidade envolvente, pois é também nesta interacção que o jovem vai delineando as suas escolhas.
O processo de orientação vocacional deve, assim, revestir-se de uma componente exploratória que aproxime os jovens o mais possível da realidade, através de actividades de aproximação ao mercado de trabalho (como ir passar um dia, ou umas horas, observando determinadas práticas profissionais à sua escolha ou ao seu alcance. Estas experiências permitem um valioso encontro com o real e permitem aferir, de certa forma, se a sua escolha vai de encontro às suas expectativas, aos seus valores e à sua vocação.
A intervenção do psicólogo de orientação passa por, num trabalho conjunto com o jovem, ajudar a promover o autoconhecimento, identificar áreas de interesse e de competência, apoiando e contribuindo, desta forma, para a definição e construção do seu projecto de vida.
Este primeiro momento, no final do 9º ano de escolaridade é apenas o primeiro de muitos que podem ser sentidos com a ansiedade natural de quem tem de tomar uma decisão com este nível de relevância. Mas pode e deve, também, ser encarado como uma oportunidade para tomar consciência do percurso que deve ser feito nos anos que se seguem.
Este é, por isso, um importante momento de aprendizagem e de preparação para o futuro!!! Boas escolhas!!

Ana Margarida Teixeira (psicóloga), 2014