1º Ano: uma nova fase!

A transição do pré-escolar para o 1.º ciclo é uma fase importante para as crianças mas sobretudo para os pais, visto ser um factor de stress parental, sendo esta altura encarada como uma mudança mais “séria” na vida dos filhos, uma mudança do “brincar” para o “trabalhar”.

Esta transição é por isso, vulgarmente acompanhada de alguma angústia, receios e ansiedade por parte dos adultos, mas há que ter algum cuidado para que isso não seja percebido pela criança, pois poderia vir a atrapalhar a sua boa integração no meio escolar.

De facto, as crianças adaptam-se mais facilmente e com maior rapidez a novas situações comparativamente com os adultos. No entanto, os educadores (pais e professores) deverão usar várias estratégias no sentido de facilitar todo o processo, transmitindo segurança e tranquilidade relativamente a esta nova etapa de vida, de modo a que a criança possa vivenciá-la com naturalidade.

Os pais poderão ir visitar o espaço atempadamente e falar com a criança sobre como a escola é um lugar importante de crescimento, um lugar para ela se tornar “grande”, onde irá aprender coisas muito úteis e necessárias para o seu futuro.

Será também, relevante transmitir uma imagem positiva, de confiança e de respeito tanto da escola como do professor.

Os pais deverão moderar as suas expectativas face a esta nova condição de aluno, não esquecendo que o (a) seu (sua) filho (a) ainda é uma criança e precisa de tempo para brincar, evitando condicionar negativamente o desempenho da criança com exigências excessivas relativamente aos trabalhos de casa ou às notas na escola.

É importante salientar que muitos adultos pecam por excesso, sendo demasiado rígidos ou exigentes, privilegiando o "aluno" em detrimento da criança. Se a criança não atinge os resultados esperados, os pais tendem a sentir desilusão e se esta se instala, poderá ter implicações negativas em termos da auto-estima da criança, desmotivando-a. Quando isso se verifica, de os resultados não serem os esperados, há-que incentivar a criança no sentido dela ser capaz, podendo sempre vir a esforçar-se mais para a próxima, não dramatizando a situação.

Assim, a adaptação da criança a esta nova condição deverá ser progressiva e não de uma forma exagerada e abrupta, de modo a promover o desenvolvimento do sentido de responsabilidade mas sem se tornar um fardo excessivo de stress para a criança de modo a evitar eventuais repercussões ao nível do desempenho escolar, assim como na sua própria dinâmica familiar.

No caso de se verificarem dificuldades de adaptação, será importante tentar perceber junto da criança o porquê destas surgirem (será má relação com os colegas, com o professor ou apenas falta de acompanhamento em casa.), assim como definir um plano conjunto entre pais e professores que possa ajudar a criança a melhor lidar com elas.

Fonte

Helena Coelho (Psicóloga Clínica)