Brincadeiras - 24 meses

É muito importante nesta fase que os adultos brinquem com as crianças, devendo haver abertura aos afectos, à partilha, ao convívio, à fantasia.
 
Gostaríamos de reforçar os momentos de convívio com a criança, de valorizar o tempo para os afectos e o tempo de qualidade com os filhos.
 
Alguns exemplos de como poderá brincar e/ou interagir com os seus filhos:
 

  • Brincar às lavagens (recorrendo à água e a vasilhas, pois as crianças normalmente gostam). 
  • Pintar – é comum as crianças pedirem ao adulto para desenhar e/ou pintar.
  • Histórias” à hora de dormir serão bem recebidas ou inclusive na altura do bacio. As histórias deverão ter imagens, ilustrações e um final feliz, sendo este organizador para a criança. Poderá ajudar o (a) seu filho (a) a reconhecer as imagens nos livros, estimulando as actividades imitativas na criança.

 
Se tiver animais de estimação – será uma boa oportunidade para estimular e ensinar à criança como cuidar, como dar afecto assim como o valor da sua importância.
 
Nota: Não se esqueça que a criança terá tendência a seguir sempre o exemplo das figuras parentais independentemente do que lhes dizer, será aquilo que fará com os seus gestos e atitudes que prevalecerá como exemplo para o (a) seu filho (a).

No entanto, nesta fase as crianças já se entretêm sozinhas embora ainda por períodos não muito longos.
Abandonam os objectos para mais tarde voltarem a eles novamente, daí que seja importante não haver excesso de brinquedos senão a dispersão será maior.

Até aos 2 anos e meio não têm facilidade em emprestar os brinquedos, sendo característico desta fase (não se angustie). Também por volta desta idade, verifica-se um acréscimo de energia que se traduz em brincadeiras que podem ser consideradas violentas pelos adultos (a criança pode destruir os brinquedos/parti-los, ainda que seja por mera curiosidade ou mesmo por um impulso).
Este excesso de acção deverá dirigir-se para outras actividades lúdicas.

Por exemplo:

  • Regar as flores (em casa ou no exterior).
  • Amachucar revistas velhas.
  • Empilhar caixas.
  • Colher flores no campo (imitar o comportamento dos adultos).
  • Brincar "às escondidas".


Verifica-se simultaneamente uma necessidade criativa e deve-se abrir espaço para que esta necessidade se possa desenvolver. Por exemplo, promova o contacto com brinquedos musicais.

  • Se se tratar de uma criança com características mais dinâmicas, mais agitada, deverá propor-lhe actividades mais calmas, como o pintar ou desenhar.
  • Se se tratar de uma criança de temperamento mais tranquilo, mais calma, poderá sugerir-lhe uma corrida ou algo que envolva movimento.

 
E sobretudo, deve ter-se em atenção:

  • Não dar excesso de brinquedos, nem muito caros ou complexos (tendo em conta esta tendência para os destruir).
  • Procurar arranjar brincadeiras com brinquedos alternativos, aproveitando as embalagens dos alimentos, do vestuário, assim como organizar caixas com pedrinhas, com conchinhas, reaproveitar rolos de papel higiénico, etc.

 
Aconselham-se brinquedos que se possam manipular, transformar, tais como:

  • Estruturas dinâmicas,
  • Jogos desmontáveis;
  • “Legos de encaixe”;
  • Bolas leves;
  • Carrinhos.

 
Por volta de um ano e meio, pode começar a habituar a criança a reunir os seus brinquedos no fim do brincar, embora ainda sem grande organização tendo em conta a sua tenra idade.
 
Existem actividades regulares promovidas pela comunidade através do teatro municipal, da biblioteca municipal, assim como alguns programas culturais a que os pais deverão estar atentos para que possam aceder com os seus filhos.
A televisão é um entretenimento a evitar. Nesta fase, o interesse da criança ainda é diminuto e os programas não são geralmente educativos.
 
Segurança: chamamos uma vez mais a atenção para a prevenção dos acidentes domésticos, nomeadamente para os afogamentos em piscinas. Uma vez que a criança já tem maior autonomia, a atenção deverá ser redobrada, devendo ficar estipulada uma pessoa responsável para cuidar dela, pois muitas das vezes as pessoas demitem-se dessa responsabilidade, por pensarem que outra pessoa o está a fazer.