A importância dos limites

3 meninos olhar para baixo

As crianças precisam de regras para se sentirem seguras. Precisam de conhecer os seus limites, até mesmo para poderem ser autónomas. Isso também afecta a sua auto-estima.
Às vezes os agentes educativos têm alguma dificuldade em estabelecer regras, mas elas são importantíssimas para o desenvolvimento saudável das crianças.
Para se tornarem adultos saudáveis, as crianças precisam aprender a lidar com contrariedades, com momentos de frustração, e a conhecer os seus limites.
Estudos têm revelado que a maioria dos pais de crianças com elevada auto-estima apresentam um estilo educativo parental designado de democrático. Estes pais combinam amor e aceitação com exigências elevadas relativamente as regras estabelecidas em conjunto. Ao estabelecerem regras consistentes e claras, eles permitem às crianças saber qual o comportamento que se espera delas. Saber o que é esperado, ajuda as crianças a desenvolver um controlo interno e a um funcionamento dentro de um sistema de regras. Aprendem também a considerar as exigências do mundo exterior, estando mais preparadas para as mesmas.
 
É importante saber dizer “não” às nossas crianças. Não somos melhores educadores por lhes fazermos todas as vontades, muito pelo contrário.
Reparem nas vantagens de dizer ”não” (quando é necessário, obviamente!):
 
- Ensina a importância de limites, de referências e de firmeza.
- Leva a perceber valores e normas da sociedade.
- Fornece à criança a sensação de segurança, raízes e apoio.
- Permite às crianças compreenderem que nem tudo é gratuito.
- Estimula a valorização e o reconhecimento do carinho e atenção dispensados aquando do cumprimento da regra.
- A criança aumenta a consciência de que os educadores são capazes de dizer “não”.
- Permite que mais tarde também sejam capazes de dizer não.
- Leva a perceber e interiorizar que são os adultos que têm a autoridade.
 
  O “não” previne ainda aspectos futuros indesejados:
- “Mau carácter” (isto é, a criança ser mimada, pretensiosa, impulsiva, oportunista, manipuladora, violenta).
- Falta de autonomia
- Falta de confiança em si própria
- Dependência excessiva
- Complexo de superioridade.
 
É muito importante explicar as razões do “não”, mas não se esgote com explicações. Assim a criança não sente que os adultos estão apenas a controlá-la, não se sente inferior, desamparada, injustiçada. Para além disso, dá à criança a capacidade de aceitar outros pontos de vista. Ajuda a criança a tomar decisões, a desenvolver o sentido crítico, a objectividade e a lógica.
Podemos dizer ainda que educa e promove o desenvolvimento moral e pessoal da criança e fornece-lhe um bom modelo de comunicação e de assertividade.
Concluindo, ao estabelecermos regras e dizermos que “não” às nossas crianças, na altura adequada, estamos, mais uma vez, a contribuir para a construção de uma elevada auto-estima.
 

Fonte

In Piedade, A. & Oliveira, S. (2007). Sou como Sou e Gosto! Colecção Comportamento. Lisboa: Tarso Edições;