A idade do “NÃO”

menina tem mão na cara

Ao longo do segundo ano de vida pode começar a esboçar-se um conflito entre a criança /mãe (pais) devido a duas necessidades aparentemente contraditórias:

- A necessidade de afeto e de proximidade física com os progenitores
- A necessidade de autonomia resultante do seu desenvolvimento e das suas capacidades fruto da “expansão” que começa agora a surgir dentro de si.

Deste conflito surge a oposição, que muitas vezes se traduz nos “nãos” que a criança exprime, sobretudo durante as brincadeiras e o momento da alimentação, mas podendo surgir em qualquer momento do quotidiano.

Quando o “não” surge muito exacerbado ou de forma muito agressiva, acompanhado de irritabilidade, poderá ser resultante de alguma revolta sentida por parte da criança quando estão sempre a ralhar com ela, se é muito oprimida e nunca pode fazer nada por sua iniciativa. Os pais não devem proibir sistematicamente mas sim criar situações e definir um conjunto de objetos que a criança possa manipular à vontade. Se a criança tiver, e sobretudo sentir, algumas coisas como sendo sua propriedade, tendo o seu espaço, mais facilmente respeitará o dos outros, não entrando numa atitude de oposição sistemática.

Por vezes, acontece o inverso, verificando-se uma excessiva permissão para a criança mexer em tudo, apropriando-se de alguns pertences de outras pessoas, e não reconhecendo as regras e os limites da sua atuação. Também esta situação deve ser verificada e corrigida.

Lembre-se que nesta fase as crianças aguentam tempos curtos de entretenimento por isso devem proporcionar-se atividades diversificadas e adequadas à idade onde a presença e a interação do adulto/criança são sempre bem vindas.

Fonte

Helena Coelho (psicóloga clínica)

Maria José Fernandes (psicóloga clínica)